- Sebastião Salgado / Amazonas Images.
POR O GLOBO
21/08/2015
5:00 / ATUALIZADO 21/08/2015 13:09
RIO - As
séries “Ianomâmis: a guerra de um povo entre a vida e a morte, uma saga amazônica” e
“Duas décadas de descaso: um mar de lixo”, publicadas no GLOBO, ganharam duas das quatro
categorias da edição de 2014 do Prêmio de Jornalismo do Grupo de Diarios America (GDA) — que
reúne, desde 1991, dez dos mais importantes jornais da América Latina.
“Duas décadas de descaso: um mar de lixo”, publicadas no GLOBO, ganharam duas das quatro
categorias da edição de 2014 do Prêmio de Jornalismo do Grupo de Diarios America (GDA) — que
reúne, desde 1991, dez dos mais importantes jornais da América Latina.
A série sobre os ianomâmis, produzida
pelo fotógrafo Sebastião Salgado e pelo repórter Arnaldo
Bloch, venceu a disputa na categoria Reportagem Noticiosa de Investigação. Já o trabalho dos
repórteres Emanuel Alencar e Selma Schmidt foi vitorioso na categoria Jornalismo Urbano.
Bloch, venceu a disputa na categoria Reportagem Noticiosa de Investigação. Já o trabalho dos
repórteres Emanuel Alencar e Selma Schmidt foi vitorioso na categoria Jornalismo Urbano.
Nas duas
outras categorias, Proposta Editorial Inovadora e Gráfico Animado
web, venceram, respectivamente, a série audiovisual “Tempo de voar”, produzida por Jaime García e
a equipe de fotografia do colombiano “El Tiempo", e o trabalho “Congresoscopio”, feito por uma
equipe multidisciplinar do jornal argentino “La Nación". Ainda recebeu destaque, na categoria
de Reportagem Investigativa, o trabalho “Os expedientes secretos”, do repórter Álex Vásquez, do
“El Nacional”, da Venezuela.
web, venceram, respectivamente, a série audiovisual “Tempo de voar”, produzida por Jaime García e
a equipe de fotografia do colombiano “El Tiempo", e o trabalho “Congresoscopio”, feito por uma
equipe multidisciplinar do jornal argentino “La Nación". Ainda recebeu destaque, na categoria
de Reportagem Investigativa, o trabalho “Os expedientes secretos”, do repórter Álex Vásquez, do
“El Nacional”, da Venezuela.
No esquadro
de um projeto de documentação de várias etnias indígenas, Salgado e Bloch passaram
mais de um mês entre duas aldeias ianomâmis.
mais de um mês entre duas aldeias ianomâmis.
Na primeira, a
semi-isolada Watoriki, no limite entre os estados de Amazonas e Roraima, a dupla
testemunhou as duas semanas de uma festa fúnebre na casa-aldeia onde vivem sobreviventes de 13
tribos nômades, revelando seus costumes, sua simbiose com a natureza e a história milenar de
resistência ao assédio a um povo que hoje é dono da maior área indígena demarcada do país — do
tamanho de Portugal — e que conta com 23 mil habitantes.
testemunhou as duas semanas de uma festa fúnebre na casa-aldeia onde vivem sobreviventes de 13
tribos nômades, revelando seus costumes, sua simbiose com a natureza e a história milenar de
resistência ao assédio a um povo que hoje é dono da maior área indígena demarcada do país — do
tamanho de Portugal — e que conta com 23 mil habitantes.
Os habitantes da aldeia de difícil acesso
sofrem com as ameaças de mineradores, do Congresso
Nacional — que tenta empreender uma nova corrida ao ouro — e de grandes projetos do governo.
Nacional — que tenta empreender uma nova corrida ao ouro — e de grandes projetos do governo.
Na
segunda parte da série, na aldeia de Maturaká, os aculturados ianomâmis, que
moram ao pé do
ponto culminante do país, o Pico da Neblina, acompanharam a reportagem numa escalada de três mil
metros ao topo do Brasil e reencontraram suas entidades sagradas.
ponto culminante do país, o Pico da Neblina, acompanharam a reportagem numa escalada de três mil
metros ao topo do Brasil e reencontraram suas entidades sagradas.
Já na série
“Baía de Gunabara, duas décadas de descaso”, Emanuel e Selma revelaram que, 20
anos
depois do início do maior projeto de saneamento do Estado do Rio, a Baía de Guanabara ainda luta
contra a poluição e continua como depósito de esgoto e lixo.
depois do início do maior projeto de saneamento do Estado do Rio, a Baía de Guanabara ainda luta
contra a poluição e continua como depósito de esgoto e lixo.
Os repórteres se debruçaram sobre os muitos problemas do Programa de
Despoluição da Baía
(PDBG) e foram a campo mostrar a situação e o descaso com o dinheiro público.
(PDBG) e foram a campo mostrar a situação e o descaso com o dinheiro público.
Eles levantaram junto à Secretaria estadual de Fazenda que o
PDBG — que atravessou sete governos,
a partir da gestão de Nilo Batista — já tinha consumido R$ 2,79 bilhões, incluindo R$ 468,6 milhões
devidos aos financiadores, sem que nenhuma meta tivesse sido cumprida, nem de percentual de
esgoto, nem de abastecimento de água ou de gestão de lixo. A principal delas era tratar 58% do
esgoto lançado na Baía em 1999.
Em agosto de 2014, as estações que deveriam aliviar o mar da carga orgânica operavam, em média,
com metade da capacidade projetada. Tudo isso às vésperas das Olimpíadas.
a partir da gestão de Nilo Batista — já tinha consumido R$ 2,79 bilhões, incluindo R$ 468,6 milhões
devidos aos financiadores, sem que nenhuma meta tivesse sido cumprida, nem de percentual de
esgoto, nem de abastecimento de água ou de gestão de lixo. A principal delas era tratar 58% do
esgoto lançado na Baía em 1999.
Em agosto de 2014, as estações que deveriam aliviar o mar da carga orgânica operavam, em média,
com metade da capacidade projetada. Tudo isso às vésperas das Olimpíadas.
As duplas
ou grupos vencedores das quatro categorias vão receber, cada, prêmios em dinheiro no
valor de US$ 5.000, além de diplomas, que serão entregues durante a próxima reunião semestral do
GDA, entre os dias 21 e 23 de outubro, em Miami, nos Estados Unidos.
valor de US$ 5.000, além de diplomas, que serão entregues durante a próxima reunião semestral do
GDA, entre os dias 21 e 23 de outubro, em Miami, nos Estados Unidos.
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